sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Relembrar 2007

Com a aproximação de um ano novo que, na minha opinião, vai ser um ano para esquecer, pois duvido muito que apareçam novas bandas absolutamente fantásticas, ou que bandas absolutamente fantásticas já existentes lancem um segundo álbum tão bom ou melhor que o primeiro ( como é o caso dos CSS ou dos Klaxons). Só o tempo o dirá. Por estes e outros motivos resolvemos relembrar algumas das melhores obras musicais do ano, sem ordem de qualidade:

-Sound of Silver (lcd soundsystem), talvez o melhor disco do ano, provou mais uma vez que a banda do nova-iorquino James Murphy tem mais qualidades do que aparenta, fazendo um 2º disco incomparavelmente melhor que o 1º, embora não ponha em causa a sua grandeza;


-Neon Bible (the arcade fire), 2º disco da que, para mim, é a melhor banda da actualidade, mostra o lado mais lírico e obscuro da banda canadiana, e com uma maior dispersão de estilos, indo do rock (Keep the Car Running) à música quase orquestral (My Body Is A Cage), e utilizando uma série de instrumentos, como o orgão, o acordeão, a harpa e o realejo. Como costumo dizer, se Funeral é o paraíso, Neon Bible é a demonstração do paraíso na Terra, o verdadeiro evangelho musical;

-Myths of the Near Future ( klaxons), completamente inesperado, o trio inglês com nome de buzina conseguiu inventar um estilo completamente diferente daquilo que era a onda do momento, entrando num espaço que se situa algures entre a ficção-científica, o ilusionismo, a mitologia clássica e a noite londrina, num imenso colorido que mistura a electrónica com o rock e a que a revista NME, responsável pelo seu sucesso, apelidou de "new rave";


-Shangri-La ( wraygunn), bela amostra do rock português, Paulo Furtado e companhia abrem novas portas à música portuguesa, então mergulhada numa imensidão de trevas artísticas. De facto, 2007 foi um ano de reviravolta da música nacional, com os novos álbums dos Micro Audio Waves, dos X-Wife, e por aí em diante. No quarto CD da banda conimbricense, acrescentam-se umas raízes de country e de gospel à já característica música dos Tédio Boys, eternizada pelos seus "herdeiros" (wraygunn, bunnyranch, d30, parkinsons...).


-In Rainbows ( radiohead), sucessor de Hail To The Thief, o novo álbum da banda mais polémica do ano, causou um verdadeiro alvoroço não só na indústria musical, mas também nos inúmeros fãs, que nunca esperaram a repentina publicação da obra, nem o seu simbólico preço. Além deste autêntico espectáculo teatral, os Radiohead estão de parabéns, marcando presença com grandes músicas, como 15 Step, acrescentando uns temperos electrónicos à moda do precedente álbum, Weird Fishes/Arpeggi, House of Cards, Jigsaw Falling Into Place e Videotape.



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